As cidades abrigam mais de 50% da população mundial e produzem mais de 70% do PIB global. Não sem controvérsia, as cidades são consideradas centros de novos processos sociais, culturais, económicos e políticos, incluindo iniciativas inovadoras de participação cidadã. Recentemente, marcos normativos internacionais, como a Nova Agenda Urbana (Habitat III) e a Agenda Urbana Europeia, forneceram elementos adicionais das transformações sociopolíticas e socioeconómicas em curso para a redefinição dos valores participativos da governança urbana. O Ano Europeu do Património Cultural enfatiza ainda mais a necessidade de envolver os cidadãos nas milhares de actividades realizadas nos Estados-Membros, no sentido de melhorar o sentimento de pertença em relação ao património cultural.
Contra esse pano de fundo, o compromisso dos “Centros Urbanos” com a governança participativa foi fundamental e mudou nos últimos sessenta anos. Principalmente nos Estados Unidos e na Europa, os Centros Urbanos melhoraram a partilha de informações com os cidadãos e fomentaram novas formas de participação das comunidades. À luz da integração internacional de novos modelos participativos de governança, os Centros Urbanos são cada vez mais desafiados a (re) definir seus papéis com as cidades. Eles estão a aproximar-se de novas maneiras de transferir informações dos níveis mais altos para os mais baixos, a fim de aumentar a ação pública sobre as cidades? Eles estão a participar de novas iniciativas participativas com as cidades? O que eles estão a aprender e o que gostariam de compartilhar da sua experiência?
A Conferência – organizada pelo Instituto de Ciências Sociais (Universidade de Lisboa) em parceria com o Centro de Informação Urbana de Lisboa, como uma ação do projeto ROCK – recebeu representantes do Centro Urbano de Informação de Lisboa, Bolonha (Fondazione Innovazione Urbana), Turim (Centro Urbano Metropolitano de Turim), Barcelona (Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona), Paris (Pavillon de L’Arsenale), e Roma (Casa della Città / Case del Municipio) proporcionou um primeiro momento de aprendizagem mútua e debate público. No final da Conferência, os representantes foram convidados a contribuir para um Memorando sobre oportunidades e limitações para os Centros Urbanos na promoção de iniciativas participativas nas cidades, que pode encontrar aqui. Pode ainda ler uma síntese deste debate neste artigo de Mafalda Nunes.